Putin venceu as eleições com 88% dos votos. As eleições aconteceram num clima de tensão e sob a condenação da comunidade internacional.
A Rússia conclui as eleições presidenciais que decorreram de 15 a 17 de março e cujo resultado confirmou as previsões de que o Governo de Vladimir Putin durará até 2030. O Presidente Putin obteve 87,3% dos votos segundo os resultados divulgados pela Comissão Eleitoral Russa, a participação alcançou um 77,44%.
A votação de três dias já havia começado anteriormente por correio, inclusive nas áreas ocupadas da Ucrânia. Os habitantes das quatro regiões ucranianas ilegalmente anexadas pela Rússia (Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia) foram integradas no corpo eleitoral russo para participar pela primeira vez nas eleições presidenciais.
A vitória era previsível já que a maioria dos candidatos da oposição estão presos, exilados, impedidos de participar ou mortos. As eleições na Rússia, longe de serem uma democracia autêntica, são realizadas como um procedimento burocrático caro, de acordo com declarações do porta-voz de Putin no ano passado. O mandato de quatro anos foi alterado para seis em 2008, mudanças subsequentes na Constituição permitiram a reeleição ilimitada.
Os três dias eleitorais decorreram com incidentes e sob condenação internacional. Vários eventos violentos foram relatados em toda a Rússia, incluindo um residente de Ivanovo ateando fogo a uma urna eleitoral e várias pessoas derramando tinta verde em cédulas e urnas. Pelo menos 15 pessoas foram acusadas de crimes por obstrução ao trabalho das comissões eleitorais, 60 russos foram detidos em pelo menos 16 cidades.
Mais de 50 países condenaram as eleições russas nos territórios ucranianos ocupados numa declaração conjunta publicada no site da Missão dos EUA na ONU.
As eleições foram realizadas um mês após a morte de Alexey Navalny, o maior adversário de Putin. A viúva de Navalny convocou a manifestações como forma de oposição, as manifestações repetiram-se em Moscovo e nas embaixadas russas de vários países europeus.
Foto: Reuters